Nariz entupido, séries intermináveis de espirros, coceira e coriza são apenas alguns dos desconfortos mais comuns enfrentados por quem sofre de rinite, uma inflamação que ocorre na mucosa nasal em resposta a algum estímulo entendido como ameaça pelo sistema imunológico.
Quem sofre de rinite alérgica, ou seja, causada por alérgenos como poeira, ácaros, plantas, perfumes, entre outros, vai comemorar a vacina que combate o problema e permite o fim do uso de remédios antialérgicos que causam sonolência e nem sempre surtem grandes efeitos.
Como funciona a “vacina contra rinite”
A imunoterapia contra rinite é feita a partir do agente causador da alergia (antígeno) e tem fórmula e aplicação inteiramente personalizadas. De acordo com o alergologista Marcelo Vívolo Aun, do Hospital Oswaldo Cruz (SP), o método busca modificar aos poucos o sistema imunológico do paciente para que ele se torne mais resistente aos agentes que lhe causam alergia.
O medicamento deve ser aplicado pouco a pouco, durante meses ou mesmo anos. No começo, o paciente fará aplicações semanais da “vacina” com uma quantidade leve do princípio ativo. Caso não haja nenhuma resposta negativa, a fórmula é reforçada e a administração, reduzida, podendo chegar à frequência de apenas uma vez ao mês, explica o médico.
Em geral, os tratamentos podem durar de 1 a 5 anos e não curam a rinite, mas sim atenuam a sensibilidade do paciente ao agente causador da alergia, detectado por um exame prévio, fazendo com que a condição se torne completamente imperceptível com o tempo.
Um estudo de 2016 feito pelo otorrinolaringologista Edmir Américo Lourenço, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP), concluiu que o uso contínuo da imunoterapia contra rinite foi capaz de eliminar as crises de espirro, coriza e coceira em 79% voluntários. O experimento contou com a participação de 281 pacientes.
A “vacina contra rinite” é indicada para pacientes com sintomas persistentes e com mais de uma doença alérgica ao mesmo tempo (por exemplo: rinite e asma). Durante o tratamento é fundamental o acompanhamento especializado, pois a vacina, feita a partir do agente causador da alergia, pode desencadear reações alérgicas locais e generalizadas.